Convidada pela #PortugalMediaLab a pronunciar-se sobre o projeto Plano Nacional de Literacia Mediática - Estratégia 2025-2029, o Plenário da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista considerou que a proposta permite consolidar as politicas públicas para o setor e salientou que o documento assenta em informação atual, com contributos de vários investigadores.
O Plenário apresentou as seguintes considerações:
- A par das referências à envolvência dos meios de comunicação, preferencialmente públicos, as propostas devem incluir de modo proactivo também meios privados, em particular media regionais ou de nicho, por estarem mais perto dos territórios e de grupos de consumo específicos a que os grandes grupos não conseguem chegar.
- Formação, junto de todos os stakeholders envolvidos no PNLM e ao público em geral, sobre o ato jornalístico e sobre as competências associadas de quem o produz – os jornalistas –, algo que é um fator claramente diferenciador em relação a outros produtores de conteúdos pela sua missão de interesse público. A CCPJ está disponível para colaborar na definição do ato jornalístico e na validação/certificação dos seus executantes, algo que já faz através da atribuição das carteiras profissionais de jornalistas.
- Promoção da condição de jornalista como elemento de serviço público no combate à desinformação. O aumento da desinformação está diretamente relacionado com a perda da relevância social da informação produzida por jornalistas. A par de outras questões como a plataformização algorítmica da exposição de conteúdos e a desregulação dos emissores de conteúdos não jornalísticos, esta relação não pode ser ignorada pela CCPJ.
- Reforço da formação. O ecossistema mediático tem-se alterado substancialmente e não basta focar o tema nas aulas com conteúdos que nem sempre incorporam as mais recentes mudanças tecnológicas ou tendências de consumo ou de informação jornalística. Em todo este tipo de ensino, seja de professores no sistema de ensino ou noutros recursos de formação ao longo da vida, os jornalistas devem ser parceiros ativos do processo, em moldes a definir pelo PNLM e em articulação com outros atores que já existem no terreno.
- Colaboração ativa da CCPJ no PNLM em matérias a definir, que podem passar por uma bolsa de formadores – jornalistas – em literacia mediática. Pela sua condição, os jornalistas são os atores preferenciais no combate à desinformação e não devem estar de fora da discussão.
- Estender aos titulares de Carteira Profissional de Jornalista (válida) acesso preferencial aos programas de formação de formadores em Literacia Mediática.
- É sugerida a entrada da CCPJ no Conselho Técnico-Pedagógico do CENJOR - Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas, enquanto organismo público do IEFP responsável pela formação profissional na área da comunicação social e, também, do jornalismo, por forma a que possa dar também o seu contributo para a construção de medidas robustecidas no âmbito da Literacia Mediática.
Plenário da CCPJ
17/03/2025