A presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), Licínia Girão, acompanhou os trabalhos do 15.º Congresso Nacional de Radiodifusão que teve lugar na Casa da Cultura de Mira de Aire, Porto de Mós, no passado dia 11 de fevereiro. Congratula-se esta Comissão com a posição dos oradores presentes, acompanhada pelas dezenas de participantes no Congresso, que realçaram a importância da informação local e regional para as populações residentes e visitantes das diferentes regiões do país e de esta ser efetuada por jornalistas.

Pese as dificuldades que algumas rádios enfrentam pela conjuntura económica nacional, o facto é que, em todas as propostas apresentadas durante o Congresso com o objetivo de minimizarem os impactos negativos que o setor atravessa, foi destacada a importância de os blocos informativos serem assegurados por jornalistas.

A 13 de fevereiro foi também assinalado o Dia Mundial da Rádio, uma iniciativa da UNESCO que procura celebrar o meio de comunicação mais universal de acesso à informação, ao mesmo tempo que promove a diversidade.

A este propósito, a ARIC – Associação de Rádios, convidou a presidente da CCPJ a prestar um depoimento sobre a génese do tema deste ano, “Rádio e Paz”, que aqui se transcreve:

 

“A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista congratula-se com o Dia Mundial da Rádio, associando a sua voz às vozes deste meio de comunicação que hoje se juntam para comemorar o seu carater democrático, livre e transversal.

Com mais de um século de história em Portugal, a rádio foi o primeiro grande meio de comunicação de massas a ter impacto na população que em Portugal, especialmente no interior do país, não sabia ler nem escrever. A rádio foi a oportunidade que tiveram para, de forma simples e universal, ter acesso a notícias, a informações do mundo inteiro, à cultura, ao entretenimento. E, especialmente, também à música de todos os géneros e cantos do mundo.

A rádio pode ser - e foi - instrumentalizada por ditaduras através de censuras. Mas, na sua essência, é o mais democrático dos meios de informação porque é livre e acessível às pessoas de todas as condições, tendo sido fundamental para a existência da democracia em Portugal. Foi através da rádio que o Movimento das Forças Armadas difundiu as suas senhas, e assim fazer sair as unidades militares de forma organizada em todo o país, condição fundamental para o sucesso da operação militar contra o regime do Estado Novo.

Enquanto meio de transmissão foi e continua um dos veículos mais importantes para o trabalho jornalístico e para a defesa da sua credibilidade. A rádio tem de ser clara e direta na sua exposição diária das notícias, mas pode também ser profunda e familiar na exposição de temas mais complexos.

Ouvíamos rádio em família, nos locais de encontro das aldeias, vilas e cidades. Hoje, além de podermos continuar a ouvir rádio em nossas casas e nos mais diversos locais, podemos ouvir rádio em qualquer parte do mundo.

Deixo aqui votos de que as rádios nacionais, as regionais e sobretudo as locais, continuem a ser espaços de liberdade e criação. E, nomeadamente, que não falhem com o emprego para os jornalistas e promovam a valorização da sua condição profissional.”