Lista B
Somos um grupo de jornalistas que quer um Comissão dinâmica, independente e ao serviço de todos os profissionais
Há três anos um grupo de profissionais da Comunicação Social decidiu desafiar o unanimismo presente nas eleições para a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) apresentando uma lista alternativa à do Sindicato dos Jornalistas. Tal como foi anunciado o desafio vinha acompanhado de um apelo: fazer despertar as consciências para os verdadeiros desafios que se colocavam à profissão.
A Lista B conseguiu eleger um elemento para a CCPJ. Hoje, conscientes que as questões da regulação da profissão de jornalista assumem uma redobrada importância, não só face ao fenómeno das "notícias falsas" veiculadas pelas redes sociais, mas sobretudo face às crescentes tentativas de condicionamento da liberdade de expressão em todas as plataformas que servem de suporte ao trabalho jornalístico, consideramos que existem razões redobradas para manter o desafio da independência da informação.
A realidade que nos foi dada a conhecer nestes três anos, não foi agradável. Os jornalistas têm uma visão negativa da CCPJ. Olham a Comissão como um mero cobrador do título profissional que os habilita a exercer o jornalismo. Mas não hesitam em recorrer aos seus serviços quando existem ataques ao seu profissionalismo, ou ao rigor do seu trabalho. E devem fazê-lo sempre. Porque é para defender o trabalho de todos os jornalistas que a CCPJ existe. Porque todos aqueles que possuem o título profissional de jornalista devem ver defendida a sua profissão contra o oportunismo dos agregadores noticiosos e o condicionalismo de opinadores ao serviço de realidades difusas que abominam os factos e as notícias.
Assim, e mais uma vez, foram mais de um centena de profissionais de vários órgãos de Comunicação Social, que congregaram esforços para que um conjunto de jornalistas no ativo se possam candidatar às próximas eleições da CCPJ a realizar nos próximos dia 3, 4 e 5 de dezembro.
Queremos exercer a nossa profissão em liberdade, sem constrangimentos nem agendas escondidas, valorizando a Autonomia, a Responsabilidade e o Rigor. Escolher implica necessariamente a existência de vários projetos, com visões diferentes e soluções alternativas.
Não se defende o jornalismo sendo cúmplice das más condições de trabalho dos jornalistas. Não se defende o jornalismo fechando os olhos a pressões sobre os profissionais para que não abordem os temas sensíveis da nossa sociedade. Não se defende o jornalismo ignorando a vampirização das notícias pelos agregadores de notícias da Internet.
E só se defende o jornalismo, quando se defendem todos os jornalistas! Sem anátemas políticos, clubísticos ou sociais. Guardando as distâncias devidas de acionistas, grupos económicos, partidos políticos ou instituições governamentais. Dignificar o jornalismo é, em primeiro lugar, defender todos os que nele trabalham das pressões que diariamente enfrentam. E é nesta defesa que queremos colocar a CCPJ como entidade administrativa independente de regulação profissional.
O QUE QUEREMOS
Reforçar as competências dos jornalistas, nomeadamente ao nível da perceção e compreensão do papel que assume a deontologia profissional. Dar especial atenção ao necessário acompanhamento e formação dos jornalistas estagiários
- Exigir uma justa compensação pelo negócio montando pelos chamados "motores de busca", cujo verdadeiro ativo não é mais do que a informação que foi recolhida e tratada por profissionais ao serviço de uma entidade profissional a troco de uma remuneração.
- Rever o sistema de pagamento dos títulos profissionais, sensibilizando as entidades patronais para a necessidade de uma partilha de custos no processo de renovação dos títulos. Criar condições mais favoráveis para que os profissionais "freelacers" possam continuar a renovar o título profissional e implementar um procedimento que dê especial atenção às situações dos jornalistas que se encontram temporariamente afetados pelo fenómeno do desemprego, e que mesmo assim desejam manter ativo o seu título profissional.
- Publicitar, na íntegra, as decisões sobre infrações disciplinares, com especial enfoque para a sua fundamentação, não esquecendo nunca a origem e o contexto do comportamento do infrator.
O QUE NÃO QUEREMOS
- Uma CCPJ instrumentalizada. Ao serviço de forças que querem dividir os jornalistas e "orientar" o jornalismo.
- Desigualdade no pagamento dos títulos profissionais em função da inscrição em associações sindicais ou outras instituições
- Utilização dos regulamentos disciplinares como forma de manipulação ou coação da liberdade dos jornalistas.
- Não temos medo da mudança. Não tememos a crítica. Apenas nos preocupa a indiferença.
Efetivos
Miguel Alexandre Ganhão - C.P. 1552 A
Celso Filipe – C.P. 852 A
Carlos Rodrigues Lima – C.P. 3532 A
Luís Pedro Sousa– C.P. 1871 A
Suplentes
Bernardo Ribeiro – C.P. 2640 A
Alfredo Leite – C.P. 3410 A
Paulo Abreu – C.P. 3321 A
Francisco Paraíso – C.P. 966 A