28/11/2024

 

Os membros do Secretariado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) - Licínia Girão, Jacinto Godinho e Paulo Ribeiro - encerraram, na passada quinta-feira, na Universidade Lusófona, em Lisboa, o ciclo de sessões dedicadas aos Encontros Nacionais da CCPJ que tiveram lugar pelo país ao longo de dois anos, incluindo o Funchal, na Ilha da Madeira.

Perante uma plateia constituída por jornalistas, estudantes, docentes e investigadores e, ainda, com participantes a acompanharem a sessão online, os representantes do organismo público (co)regulador da atividade jornalística começaram por fazer um balanço do que foram as cerca de duas dezenas de sessões que, desde novembro de 2022 com o arranque do evento em Coimbra, decorreram em praticamente todos os distritos do país.

A CCPJ através destas conversas itinerantes procurou, desde logo, dar a conhecer o órgão regulador dos jornalistas aos profissionais, estudantes, docentes, investigadores e comunidade em geral. Falar dos normativos legais que regem a profissão, fomentar a discussão e reflexão sobre os problemas que atravessam o jornalismo e o exercício da atividade jornalística num contexto de permanente mudança nos hábitos de produção e consumo de conteúdos, com destaque para os de natureza jornalística.

Com estes Encontros a CCPJ reforçou também publicamente a sua posição sobre a importância do jornalismo para a Democracia e a necessidade de proteger os jornalistas em tempos de transformações rápidas e desafios tecnológicos. A inclusão de estudantes e jovens profissionais nos debates ajudou a traçar cenários para o futuro, enfatizando a necessidade de se manter a liberdade de criação e expressão, credibilidade, rigor, isenção e independência na profissão.

Foram muitos e diversos os temas falados nas diferentes sessões, com destaque para a discussão sobre os princípios éticos e deontológicos que orientam a prática jornalística; o impacto das novas tecnologias, redes sociais e algoritmos no jornalismo e de como os jornalistas se podem adaptar ao ambiente digital sem comprometer os valores da profissão.

 

Foto: cortesia da ARIC

 

Destacaram-se ainda conversas em torno da regulação da profissão e da importância do papel da CCPJ, não só na atribuição dos títulos profissionais, mas também na fiscalização relativa ao cumprimento dos deveres de natureza ética e deontológica e do regime de incompatibilidades consagrados no Estatuto do Jornalista.

Foram ainda recolhidas sugestões que têm vindo a ser analisadas e introduzidas nas propostas de alterações legislativas que este organismo pretende apresentar junto da Assembleia da República e do Governo.

As reflexões incidiram também sobre as questões relacionadas com estratégias a adotar de combate à desinformação e disseminação de notícias falsas. Da concentração dos meios de comunicação social, da precariedade laboral no jornalismo, das ameaças à liberdade de imprensa, tanto de forma direta (pressões políticas e económicas) quanto indiretas (censura ou autocensura). E, ainda, da importância do acesso à profissão, da formação inicial e contínua dos jornalistas.

Na sessão final decorrida na Universidade Lusófona, além de alguns destes temas terem sido também abordados, destacaram-se questões em torno do exercício da atividade por profissionais devidamente habilitados com a obrigatória acreditação emitida pela CCPJ. Falou-se da importância dos direitos que a lei reserva aos jornalistas no exercício da sua profissão, como garantia e defesa de um trabalho escrutinado e isento.

O futuro do jornalismo e dos jornalistas está em transformação acelerada, impulsionado pelos diversos avanços tecnológicos, com destaque para o impacto das ferramentas de inteligência artificial, escrita automatizada e realidade virtual que têm provocado substanciais mudanças nos hábitos de consumo de informação e desafios éticos e financeiros, pelo que o compromisso da CCPJ é o de manter um diálogo aberto e permanente com os jornalistas e restantes atores do universo da comunicação social com o objetivo de continuar a defender o jornalismo, relevante, livre, credível e sustentável.

O Secretariado da CCPJ agradece o apoio concedido pelas várias instituições de ensino que acolheram estes encontros, assim como ao Sindicato de Jornalistas e às associações de imprensa e de rádio que colaboraram na sua divulgação.