O Secretariado da CCPJ reuniu com o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, para avaliar a situação financeira deste organismo público independente cujo financiamento depende, essencialmente, dos emolumentos pagos pelos profissionais da atividade jornalística pelos seus títulos profissionais. No caso, por exemplo, da Carteira Profissional de Jornalista, o valor mensal é de cerca de três euros.
Junto do governante que tutela a comunicação social, os representantes da CCPJ manifestaram a sua preocupação quanto à sustentabilidade da Comissão, uma vez que esta entidade (co) reguladora da atividade jornalística tem vindo a ser confrontada com um aumento de denúncias, queixas, participações, casos em que os profissionais se encontram a exercer funções incompatíveis com o exercício da atividade jornalística ou violam os deveres consagrados no Estatuto, pedido de pareceres e avaliação de situações concretas do exercício da profissão, o que tem levado a um aumento no volume de trabalho dos cinco - já insuficientes - funcionários da Comissão, também dos membros, sobretudo dos que fazem parte do Secretariado e da Secção Disciplinar, e a um aumento de impugnações judiciais, com o também consequente aumento das despesas da CCPJ. O modelo de financiamento atual não é sustentável face às necessidades do cumprimento das obrigações legais da CCPJ.
Foi ainda avaliada a contestação de um grupo de jornalistas que se tem mostrado contra o aumento dos emolumentos tendo em conta o contexto das precárias condições em que muitos dos profissionais exercem a atividade atualmente. Foi esclarecido junto de Pedro Adão e Silva que os membros atuais da CCPJ se depararam com uma prática antiga quanto à aplicação do Despacho sobre a atualização dos emolumentos dos títulos, que nunca foi atualizado pela tutela e que carece de uma clarificação urgente.